terça-feira, 30 de junho de 2015

0006 - Técnica do Ouro - Prata - Branco. Pintura em Lápis de Cor de Natureza Morta, cálice com Ramo e Romã.

Olá amigos do blog!!
Hoje vai ser minha primeira tentativa de postar um passo a passo de como pintei uma natureza morta com lápis de cor. Eu peguei da internet uma referência de uma pintura a óleo muito bacana, não vou postar aqui pois não quero ter nenhum problema com direito de terceiros.
Mas coloco abaixo o desenho pronto!


Vamos ao passo a passo, tentei tirar o maior número de fotos possível para ajudar. Para você reproduzir com maior fidelidade este passo a passo é necessário uma caixa de lápis de cor Faber-Castell com 36 cores, ou com 48 já que na caixa de 48 constam todos os lápis quem vêm na de 36.
Futuramente pretendo, quando acabar essa caixa, fazer com 24 cores pra ficar mais acessível a todos, porque não é em toda loja que você encontra caixas com 36 ou 48 cores, estou estudando isso, vamos ver mais para frente.
Primeiramente, com o lápis azul céu trace as linhas básicas. Você deve riscar bem fraquinho, pois se errar, é possível apagar e corrigir:


Eu uso o azul céu devido a um conhecimento meu de computação gráfica, 3d que o ambiente que cerca a imagem, o environment, é azulado, então é uma cor que será facilmente "disfarçada" depois na pintura, é para ser uma cor natural de reflexão à luz do dia.

Pois bem, agora quero falar de uma técnica que estou usando em todas minhas novas pinturas e que nos futuros posts farei uma referência a voltar para este post aqui, onde vou descrever a técnica, segue ela:

Técnica Ouro-Prata-Branco:

Na caixa de lápis de cor da Faber-Castell de 36 cores, constam duas cores metálicas, ouro e prata.
Estas duas cores lembram muito um lápis de escrever HB normal, de grafite, pois após pintar com eles, se você pegar a folha e movê-la frente a uma luz, verá as cores refletindo, o mesmo que ocorre em um lápis preto de grafite comum.

Inicialmente eu havia os descartado para minhas pinturas já que se as emoldurasse e colocasse a mostra suponhamos, conforme a posição que a pessoa olhasse a pintura, notaria que as áreas pintadas com esses lápis brilhariam, e as demais, não. E esse não é o efeito que quero nas pinturas.
O lápis branco eu sei que é usado para esfumaçar ou mesclar as cores, mas eu pessoalmente gosto de mesclar sem utilizá-lo. O motivo é que ele clareia um pouco as cores abaixo, em um resultado um pouco diferente do que eu pretendia, mas enfim isso é um gosto pessoal.

Então para mim, o ouro e o prata, junto com o branco, seriam lápis que eu não usaria, e achava uma pena, até mesmo um desperdício de dinheiro já que 3 lápis da caixa não me serviriam à primeira vista.

Como eu me utilizo da técnica de "layering", onde vou pintando em camadas, primeiro as cores mais fracas e depois as mais fortes, notei que os lápis que eu utilizava nas primeiras camadas iam, aos poucos, se desgastando mais que os que eu usava nas camadas mais acima. Isso é devido ao atrito direto com o papel, ou seja, os lápis que têm atrito direto com o papel gradualmente iam gastando mais que os lápis que eu usava para pintar em uma área já pintada, pois o atrito nesses últimos, era menor.

Então pensei em pegar esses "3 lápis que não serviriam à primeira vista" para pintar as camadas inferiores da pintura, "preparando o terreno" para as cores que, de fato, viriam para dar vida a cena. Com isso eu gastaria menos os lápis no geral, pois eles nunca pegariam atrito no papel, salvo o ouro, prata e branco que viriam antes, logicamente.

Então eu faço uma levíssima camada de ouro, depois prata e por fim o branco, que dá uma misturadinha nas duas anteriores. Atente para não riscar muito forte com o ouro e prata, já que como eu disse anteriormente, eles brilham na luz e não é isso que queremos para a pintura. Os movimentos devem ser sempre circulares e com a mão bem leve, nada de pressão, pinte o suficiente para notar que não está mais branco o papel.

Caso a sua caixa de lápis não tenha essas cores, você pode tentar algumas substituições como:
- o Bege ou ocre para o ouro;
- o cinza ou azul escuro para o prata;
- um rosa clarinho ou salmão para o branco (pintando muito de leve).

Bom, explicada a técnica, comecei a pintar inicialmente com o ouro, dentro das linhas da imagem inicialmente.


Feito isso, pintei por fora. Costumo pintar assim para ir sempre demarcando as linhas, porque aos poucos, conforme as camadas vão sendo feitas, essas linhas tendem a ir desparecendo. Se eu pintar o que vai dentro separado do que vai fora eu mantenho a diferenciação.


Agora para o prata, a mesma coisa, abaixo comecei por fora:


E agora finalizei pintando por dentro dos contornos:


O mesmo com o branco, por dentro:


Por fora dos contornos:


Agora começo a aplicar de forma bem fraquinha as cores bases de cada área. Na foto abaixo eu pintei todas as áreas-base antes de tirar a foto, nos próximos posts irei corrigir isso, tirando uma foto por passo. Usei então o Marrom claro para a taça e a sombra abaixo da prateleira; o verde para o ramo; o laranja escuro para o romã e o sépia para a tigela e para o reflexo da taça na tigela:


Passei então uma camada de azul céu para toda a cena, sobre todas as cores, bem de leve. Na minha opinião camadas em azul trazem mais realismo a pintura, pois as cores em uma foto não são tão puras quanto uma cor básica de um lápis de cor:


Vermelho para o romã e reflexo dele na taça, já deixando um clarinho para o brilho na superfície do romã:


Verde escuro para os ramos, já trabalhando sua sombra:


Cinza escuro para a taça, já dando os contornos dos reflexos dos objetos em volta:


Sépia para a sombra abaixo da prateleira e para o fundo em geral, dando contornos nas laterais da prateleira:


Detalhe do reflexo de luz em branco onde a prateleira encontra a parede, o sépia do quandro anterior ajudou a definir essa área:


Rosa no romã em geral, mais forte em algumas partes, usei um laranjinha claro em algumas partes dele também:


Uma camada de verde folha nas...folhas..rsrs:


Camada de verde escuro nas áreas que serão futuramente sombreadas:


Trabalhei o raminho com as cores abaixo:


Ocre na lateral direita da sombra abaixo da prateleira:


Azul céu e laranja claro na lateral esquerda da sombra abaixo da prateleira:


Canela e laranja claro na lateral direita da sombra abaixo da prateleira:


Sépia na taça, marcando mais forte agora:


Azul céu e cinza no fundo:


Nova camada de vermelho no romã em geral, agora um pouquinho mais forte para fazer o vermelho ser a cor predominante:


Azul turquesa e verde escuro no cálice, trabalhando alguns reflexos:


Vermelho escuro no romã, delimitando a área sombreada:


Vermelho escuro também na sombra abaixo da prateleira:


Azul céu na tigela:


Azul turquesa e rosa na sombra abaixo da prateleira:


Rosa abaixo na taça:


Sépia na sombra abaixo da prateleira (eu vou olhando a pintura e adicionando cores conforme vejo como está ficando, é uma questão de sensibilidade e equilíbrio):


Agora para finalizar o romã, trabalhei das cores mais claras para as mais escuras, usando boa pressão ao pintá-las pois agora quero que as cores se tornem mais vivas, veja as cores que usei na foto abaixo:


O mesmo para as folhas e o ramo, com mais pressão, da mais clara a mais escura, com exceção do vermelho escuro, que não foi com muita pressão:


O mesmo para a tigela, nos futuros posts vou mostrar a cada cor que usar:


E por fim, para a taça, completando os elementos chave da cena:


Vamos passar agora a completar o fundo, começando com uma camada de cinza escuro. Observe que a prateleira já ficou bem delimitada, não esqueça de pintar as sombras dos objetos:


Azul cobalto apenas no fundo, uma camada:


Uma camadinha de ocre no fundo:


E preto nos cantos, para criar uma moldurinha de luz e sombra na cena, uma vinheta:


E está pronto:


Bom era isso amigos, obrigado pela visita e aguardem muito mais posts desse tipo "passo a passo", pois achei bem legal de fazer. Um abraço!




4 comentários:

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